A comunicação é essencial para toda equipe de sucesso. É especialmente essencial para equipes de atendimento clínico, nas quais uma conversa rápida — ou um simples mal-entendido — pode significar a diferença entre a vida e a morte.

E isso não é exagero. Erros médicos são uma das principais causas de mortes hospitalares que poderiam ser evitadas. Diversas pesquisas mostram que 80%* dos "eventos adversos" estão relacionados à falta de comunicação entre os profissionais de saúde.**

Dito de maneira simples, para reduzir erros e salvar vidas, devemos ajudar na comunicação das equipes de cuidados com a saúde. Veja como fazer isso.

Incluir uma variedade de configurações

Desde conversas confidenciais até atualizações de toda a equipe e conversas casuais, enfermeiros, médicos e outros membros da equipe transmitem informações importantes uns aos outros de várias maneiras durante um turno. Qualquer que seja a interação, incluir várias configurações no ambiente da equipe de cuidados com a saúde permite uma diversidade de estilos de comunicação, aumentando assim a satisfação do trabalhador em 31,8%.***

Aumentar a transparência da conversa

Quando os médicos têm acesso visual e auditivo em todo o ambiente de equipe — a capacidade de ver, ouvir e até mesmo ouvir uns aos outros —, eles conseguem desenvolver tipos essenciais de comunicação. Isso inclui intervir para corrigir um erro ou oferecer assistência para resolver um problema.

As equipes de cuidados com a saúde com acesso visual e auditivo têm maior probabilidade de:

• Oferecer apoio aos colegas.

• Compartilhar o conhecimento informalmente em conversas.

• Fornecer feedback.

• Confiar nos colegas de equipe.

Promover encontros casuais

Uma comunicação significativa não acontece apenas nas reuniões. Enfermeiros e médicos dirão que algumas das trocas mais valiosas (por exemplo, novas informações essenciais sobre os pacientes, resultados dos novos testes) podem ocorrer simplesmente ao passar por um colega de equipe no corredor.

Na verdade, um estudo mostrou que 56% de todas as interações de equipes não são planejadas, e isso é algo surpreendente.**** O design deve possibilitar essas conversas casuais e não planejadas em corredores e outros espaços compartilhados.

Planejar áreas de trabalho que foque as pessoas

É difícil dar às equipes de cuidados com a saúde a quantidade certa de espaço. Mas ambientes que foquem as pessoas e coloquem os funcionários relativamente próximos uns dos outros podem ajudar a:

• Serem mais eficientes.

• Aumentarem o aprendizado informal por meio de conversas não planejadas.

• Reduzirem a sensação de que estão perdendo tempo.

Criar zonas neutras

A era dos escritórios privados de portas fechadas está desaparecendo rapidamente. E por um bom motivo. Quando pessoas de diferentes áreas trabalham lado a lado, a comunicação e a colaboração da equipe melhoram em todos os aspectos. Também ajuda a quebrar hierarquias percebidas entre grupos e funções, permitindo o envolvimento de várias funções e o compartilhamento de conhecimento.

Enfermeiros, médicos e especialistas que trabalham juntos no mesmo espaço se sentem mais confortáveis em dar opiniões uns com os outros ou iniciar uma conversa que pode salvar vidas.

Fontes

* Makary, Martin A., Daniel, Michael, ""Medical Error-the Third Leading Cause of Death in the US"" (Erro médico — a terceira principal causa de morte nos EUA, em tradução livre), BMJ 2016;353:i2139
** The Joint Commission, ""Human Factors Analysis in Patient Safety Systems"" (Análise de fatores humanos em sistemas de segurança do paciente, em tradução livre), The Source, Volume 13, abril de 2015
*** Leesman, ""The World's Best Workplaces 2018"" (Os melhores locais de trabalho do mundo em 2018, em tradução livre), segunda edição, maio de 2019
**** Mejla, D., Favela, J., Moran, A., ""Understanding and Supporting Lightweight Communication in Hospital Work"" (Compreendendo e apoiando a comunicação leve no trabalho hospitalar, em tradução livre), IEEE Transactions on Information Technology in Biomedicine 14 (1), 140-146, 2009 https://dx.doi.org/10.1109/titb.2009.2033384