Planejamento para prática clínica
Promovendo o sucesso autodirigido por meio de um ambiente clínico adaptável
1 de nov. de 2024
5 minutes
O planejamento e o design de construções para serviços de saúde demandam uma abordagem distinta. Criar um espaço clínico que possa acompanhar os processos em evolução e se ajustar às necessidades das pessoas no ambiente não é apenas uma questão do que você planeja. É sobre como você planeja. O processo de planejamento e as atividades relacionadas garantem o sucesso no longo prazo, ajudando a evitar a construção de edifícios que não atendem às necessidades dos usuários.
Não se trata de perfeição
“A forma segue a função” se transforma em um desafio na área da saúde, pois a estrutura de uma instalação muitas vezes perdura além das funções para as quais a equipe de design inicialmente a projetou.
Criar um espaço que possa se adaptar às melhores práticas na prestação de cuidados não se trata de alcançar a perfeição. É sobre planejar o que poderia acontecer, para que todos estejam prontos e o ambiente possa se ajustar de forma eficaz quando algo realmente acontecer.
Ao fazer isso, você pode preparar todos para uma experiência de trabalho adaptável nos próximos anos.
Planejamento em comparação com planos
Na construção de instalações de saúde, o êxito de qualquer projeto começa com o processo de planejamento e design. Muitas vezes, esses planos são muito rígidos, resultando em falhas no design que não atendem às necessidades de quem trabalha ou recebe cuidados no espaço.
Quando um plano se transforma em um edifício, ele pode se tornar muito complexo ou caro para ser ajustado. As organizações de saúde podem prevenir esse cenário ao se empenharem em compreender profundamente a natureza dos problemas e variáveis envolvidas, além de envolver os usuários do espaço desde o início do projeto.
Como podemos repensar a construção de serviços de saúde? O objetivo não deve mais ser um edifício, e sim, a experiência das pessoas que trabalham na instalação, garantindo que entendam as funcionalidades do ambiente e saibam como ajustá-lo conforme suas necessidades.
Do planejamento à prática
Mais do que qualquer outra métrica — como tempo e custo — a verdadeira medida de sucesso do processo de planejamento e design deve se concentrar nas pessoas que executam o trabalho.
Elas conseguem transitar facilmente entre as tarefas, ajustando-se e adaptando-se às mudanças nas necessidades e nos cenários? Eles conseguem lidar com os imprevistos que ocorrem frequentemente no espaço? Eles conseguem realizar ajustes com o menor custo e esforço possível? Eles conseguem se recuperar rapidamente de contratempos ou situações desafiadoras?
Um bom planejamento leva todos esses aspectos em conta. Sugerimos que você adote um processo que integre esses elementos ao longo do planejamento, ocupação e prática.
Primeiro, a fase de planejamento
Projetar juntos
Dedique um tempo para compreender as necessidades e preocupações das pessoas que utilizarão o espaço e o design com elas, e não apenas para elas. Isso revelará os desafios diários que podem surgir e permitirá que a equipe compreenda o que é viável.
Projetar com base em cenários
Leve em conta os cenários que não foram planejados. Como é o trabalho ideal e subótimo? O layout pode ser eficaz tanto em momentos de escassez de pessoal quanto quando a equipe está completa? A equipe de gestão das instalações consegue adaptar o ambiente aos novos protocolos de segurança com a mesma agilidade que emprega nas atividades de manutenção diárias?
Projetar para o dia a dia
Quais são as funções que os funcionários exercem diariamente? Avalie quão útil e eficiente é o espaço, a facilidade de uso e memorização de seu funcionamento, a rapidez com que as tarefas podem ser realizadas, a facilidade de recuperação em caso de erros e o nível de satisfação das pessoas com a funcionalidade geral do ambiente. Depois, planeje o espaço para lidar com as situações diárias e os imprevistos.
Um exemplo da vida real
Médicos e designers costumam planejar para evitar a repetição de eventos desastrosos, embora esses incidentes não sejam frequentes. É frequente enfrentar escassez de pessoal ou lidar com um membro da família que apresenta comportamentos indesejados. Nossos consultores de enfermagem e estrategistas de aplicativos de saúde colaboraram com um cliente para planejar um espaço otimizado para gerenciar cenários cotidianos de forma mais eficiente. Colaborando com a equipe clínica para revisar seus processos e explorar diferentes cenários, eles utilizaram fita adesiva no chão para demarcar a posição do trabalho de caso e dos móveis. Esse processo de prototipagem no espaço resultou em um layout final que facilitou a resposta da equipe a situações cotidianas e a emergências incomuns.
Em seguida, a fase de ocupação
Continuar a ensinar
Mesmo que o processo de design tenha envolvido os usuários e os ensinado sobre as funcionalidades do espaço, ainda será necessário um período de integração ao ocupá-lo.
Ensine as pessoas a utilizar o espaço, o que esperar dele e como cada elemento pode se adaptar às suas necessidades em constante mudança. Somente assim eles poderão maximizar a funcionalidade do espaço e compreender como o design pode apoiar o atendimento ao paciente e promover a melhoria contínua.
Um exemplo da vida real
Todos nós precisamos de lembretes e atualizações sobre os processos essenciais de nossas atividades. Na área da saúde, essa é a função do treinamento em serviço e das avaliações anuais. Uma de nossas consultoras de enfermagem colaborou de perto com clientes em um departamento de emergência, organizando suprimentos e capacitando a equipe de enfermagem a utilizar o sistema de gerenciamento de materiais Procedure and Supply Carts da Herman Miller. Verificações periódicas auxiliam os enfermeiros a se lembrarem de como aproveitar ao máximo seu ambiente construído e a evitar soluções alternativas.
Por fim, a fase de prática
Cuidar do edifício
Cuidar é uma mentalidade que abraça mudanças como uma abordagem construtiva em relação aos ambientes. Envolve ajustes contínuos e impulsos na direção desejada. Pense no espaço: o que você está herdando? Quão eficaz (ou ineficaz) é? E como você vai cuidar dele? Cuidar de um edifício é semelhante a cuidar de um paciente: envolve antecipar o que pode acontecer a seguir, oferecendo suporte e se adaptando para alcançar melhores resultados.
Em vez de apenas consertar ou descartar, encare a situação como um experimento contínuo a sempre ser testado em busca de melhores resultados. Realize modificações, faça ajustes e implemente um design que preveja seu próximo estado.
Um exemplo da vida real
A verdadeira mudança leva tempo. Frequentemente, é mais eficaz adotar uma abordagem gradual, com uma mentalidade abrangente que permita às partes interessadas se sentirem parte do processo. Há mais de uma década, nossos especialistas em design têm colaborado com o grupo de atenção primária de um grande sistema de saúde para integrar médicos no ambiente de trabalho e fora de seus consultórios particulares, criando um layout que se ajusta às mudanças na equipe, atendendo às proporções de médicos e enfermeiros. Esse tipo de transformação só é possível quando você se preocupa tanto com o edifício quanto com as necessidades das pessoas.
Planejar para o sucesso
Para atender às necessidades em constante evolução de funcionários, pacientes e famílias no setor de saúde, adote um processo de design e planejamento de construção que não apenas possibilite essas mudanças, mas que também as incentive e apoie.
Recapitulação de 3 pontos
Na área da saúde, um planejamento e design adequados das instalações são fundamentais para evitar a construção de um edifício caro que não atenda às necessidades das pessoas que nele trabalham e que não possa ser facilmente modificado.
O desafio de planejar ambientes de saúde não é alcançar a perfeição em tudo. Trata-se de compreender as pessoas que utilizarão o espaço e, em seguida, projetá-lo com base em suas necessidades e preocupações.
Apresentamos um processo que pode levar à criação de um espaço inspirador, capaz de se adaptar às necessidades em constante evolução dos pacientes e da equipe.
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